Cabeça Livre

Feministas protestam contra transgêneros em presídio feminino

Uma lei da Califórnia que permite que presidiários transgêneros escolham ir para a prisão do gênero de sua escolha tem sido criticada por um grupo de defesa dos direitos das mulheres, citando abuso de mulheres por homens. 

Em uma carta ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, a Women’s Liberation Front (“Frente de Libertação das Mulheres”, em uma tradução livre) acusou o estado de violar os direitos constitucionais das mulheres encarceradas ao permitir que homens em seus alojamentos “atacassem as mulheres”. Desde que a lei entrou em vigor em 1º de janeiro, a WoLF recebeu inúmeras queixas de mulheres agredidas, abusadas e traumatizadas nas mãos de presidiários do sexo masculino transferidos para suas prisões, disse a diretora jurídica da WoLF, Lauren Adams.

“Estamos trabalhando com uma mulher que levou um soco tão forte no rosto por um novo transferido que não conseguiu mastigar por três dias. Ele foi levado embora e posto em uma cela diferente, sem restrições”, disse Adams. “Ele era o companheiro de cela dela. Ela teve que dormir com ele.”

Outras mulheres foram abusadas sexualmente no passado e agora têm que lutar com homens nus compartilhando chuveiros comuns, disse Adams.

“Uma mulher entrou lá com dois homens nus tomando banho que ainda tinham pênis”, acrescentou Adams. “Foi incrivelmente traumático e assustador saber que [possivelmente] pelo resto das suas vidas elas estarão sujeitas a isso.”

O estado tem atualmente 273 solicitações de transferência; 266 são de pessoas alojadas em instituições masculinas pedindo transferência para instituições femininas e 7 são de pessoas alojadas em instituições femininas pedindo transferência para instituições masculinas, de acordo com o Departamento de Correção e Reabilitação da Califórnia (CDCR). O estado tem 1.286 presidiários identificados como transgêneros ou não binários.

Atualmente, 24 presidiários do sexo masculino foram transferidos para instituições femininas. A WoLF teoriza que muitos homens transferidos para prisões femininas não são transgêneros, apenas estão tentando escapar da sua situação de vida atual.

“Muitos desses homens assumindo essa identidade e tentando obter transferência estão provavelmente tentando salvar suas vidas. Eu não gostaria de estar em uma prisão masculina”, disse Adams. “Você está dando a eles uma maneira de sair delas, mas agora são as mulheres que estão em perigo.”

A maioria das mulheres na prisão estadual sofreu abusos em algum momento de suas vidas e muitas sofreram agressões sexuais. Ter que dormir em uma cela com um homem ou tomar banho com eles é traumático, disse Adams.

A lei estadual exige que um comitê analise as transferências, mas um grande número de homens que passaram tem um passado violento. Por exemplo, um homem transferido foi condenado por agredir dois meninos de 6 e 8 anos. Outro teve várias acusações de estupro forçado e ainda tinha seu pênis, disse Adams.

Um porta-voz do CDCR disse ao Washington Examiner que o processo de transferência inclui “uma revisão completa do histórico da pessoa encarcerada antes do e durante o encarceramento, seu crime, prisão e histórico criminal, documentação de julgamento e sentença, necessidades médicas e de saúde mental…”

A WoLF está pedindo ao governador que suspenda todas as novas transferências e que remova os presos que já foram transferidos até que uma avaliação de segurança possa ser feita.

O CDCR não respondeu a um pedido de comentário até o momento.

Quadrinho original, em inglês, por: George Alexopoulos ([@GPrime85](https://www.instagram.com/p/CRBq0bxt5j2/) no Instagram)

Quadrinho original, em inglês, por: George Alexopoulos (@GPrime85 no Instagram)

Autora: Tori Richards

Tori Richards é uma repórter investigativa do Washington Examiner.

Tradutor: Cabeça Livre

Esse texto é uma tradução da matéria originalmente escrita por Tori Richards em 29 de junho de 2021 para o jornal Washington Examiner.

O texto original, em inglês, pode ser conferido em:

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