Composição feita pela FEE | Crédito da imagem: Força Aérea dos Estados Unidos via Wikimedia Commons | licença CC BY-SA 2.0
O livre mercado e as pessoas com liberdade podem se mobilizar para resolver problemas – quando têm a chance.
O mundo viu o caos se desenrolar no Afeganistão com o coração partido. Depois de décadas de tentativas malsucedidas dos Estados Unidos em construir ali uma nação, o governo alternativo entrou em colapso e o Talibã está retomando o controle do país. Isso significará a renovada subjugação e o sofrimento de milhões de afegãos, e pode criar de 400.000 a 2 milhões de novos refugiados desabrigados.
(no vídeo acima, particularmente o trecho entre 7:35 e 8:50 é muito triste)
Mas as notícias não são todas sombrias. Em todo o mundo, instituições de caridade e empresas estão se mobilizando para ajudar o povo afegão, com a empresa de aplicativo de hospedagem/aluguel Airbnb oferecendo o exemplo mais recente. Em um anúncio anteontem, o cofundador e CEO do Airbnb, Brian Chesky, disse que a empresa ajudará a abrigar 20.000 refugiados afegãos sem custo algum.
“A partir de hoje, o Airbnb começará a abrigar 20.000 refugiados afegãos em todo o mundo gratuitamente”, Chesky escreveu no Twitter. “Embora nós estaremos pagando por essas estadias, não poderíamos fazer isso sem a generosidade dos nossos Anfitriões. Se você estiver disposto a hospedar uma família refugiada, entre em contato e eu o colocarei em contato com as pessoas certas aqui para que isso aconteça!”
“O deslocamento e reassentamento de refugiados afegãos nos Estados Unidos e em outros lugares é uma das maiores crises humanitárias do nosso tempo”, concluiu. “Nós sentimos a responsabilidade de dar um passo à frente.”
Ajudar 20.000 pessoas desabrigadas pelo caos no Afeganistão a encontrar novas casas e serem reassentadas é o suficiente para fazer uma grande diferença, e o Airbnb merece aplausos por esse esforço. Dito isso, obviamente não é o bastante para mitigar todo o problema – mas a Airbnb é apenas uma empresa cujo nome reconhecido significa que seus esforços ganham manchetes. Existem milhares de outras organizações e indivíduos do setor privado se mobilizando da mesma maneira, sobre os quais você talvez não tenha ouvido falar nos jornais.
A maior conclusão aqui não é que o Airbnb de alguma forma salvou o dia ou que uma empresa benevolente pode resolver nossos problemas. É que o livre mercado e as pessoas com liberdade podem se mobilizar para resolver problemas – quando têm a chance. Muitas vezes, presume-se em nossos debates políticos que, se alguém acredita que um problema existe, um grande governo é a “solução”.
“A mudança climática é real” vira o Green New Deal.
“Os salários deveriam ser maiores” vira o salário mínimo mensal de R$ 1.045,00.
“Cuidar da saúde é caro” vira a socialização dos custos na forma do SUS.
Perceba que não estamos debatendo se existem problemas em nossa sociedade, mas se um grande governo é a forma de resolvê-los. O Airbnb acabou de nos fornecer mais um exemplo de como, quando as pessoas livres são deixadas por conta própria, elas podem se mobilizar e ajudar a resolver até mesmo alguns dos maiores problemas da humanidade.
Nota do Cabeça Livre:
E não é a primeira vez que o Airbnb faz algo desse tipo. Em 2012, quando a cidade de Nova York foi atingida pelo furacão Sandy, o Airbnb encorajou seus anfitriões a hospedar pessoas que tiveram que abandonar suas casas. Desde então, o Airbnb já acomodou 75.000 pessoas em momentos de crise, que incluem o terremoto no Nepal, a guerra civil na Síria, o tiroteio na boate Pulse, o furacão Harvey, incêndios florestais na Austrália, em Nova Gales do Sul e Victoria e até mesmo a recente pandemia de Covid-19. No final do ano passado, foi criada a ONG Airbnb.org para organizar esses programas.
E não só empresas ajudam outras pessoas em momentos de crise, indivíduos também. No caso do Airbnb, os anfitriões. Mas de tempos em tempos vemos campanhas para arrecadar roupas e mantimentos para vítimas de tragédias. Alguns dos exemplos mais recentes incluem os rompimentos das barragems em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019).
E se diante de todos os problemas que surgem, em vez de pensarmos em dar mais uma atribuição pro Estado, que com o tempo se torna gigante, devido a esse pensamento paternalista, pensássemos em como nós, indivíduos, poderíamos nos organizar para resolver os problemas da sociedade de forma voluntária?
Você consegue imaginar um governo mínimo, responsável, talvez, no máximo, por estradas e segurança pública? Ou um governo que você poderia escolher e contratar, pagando pelos seus serviços, como você contrata TV e Internet? Ou mesmo um mundo sem governo algum?
Se você não consegue, convido você a desafiar seus (pre)conceitos assistindo aos vídeos (polêmicos) do canal ANCAPSU Classic.
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Autor: Brad Polumbo
Brad Polumbo (@Brad_Polumbo) é um jornalista libertário-conservador e correspondente político na Foundation for Economic Education.
Tradutor: Cabeça Livre
Esse texto é uma tradução da matéria originalmente escrita por Brad Polumbo em 24 de agosto de 2021 para a FEE.
O texto original, em inglês, publicado sob a licença CC BY 4.0, pode ser conferido em:
Nota do Cabeça Livre:
Os exemplos de políticas públicas foram adaptados para a realidade brasileira.