O estudo enfatiza que a vacinação tem um claro benefício à saúde pessoal, reduzindo drasticamente a chance da forma grave da doença ou morte após infecção por Covid-19.
Com o mandato federal de vacinas do presidente Biden e os mandatos de emprego dos governos locais se aproximando, o futuro de incontáveis trabalhadores está em jogo. No entanto, novas pesquisas enfraquecem a justificativa posta para esses mandatos.
Políticos a favor de um grande governo afirmam que obrigar a vacinação é necessário porque indivíduos não vacinados são um perigo não apenas para eles mesmos, mas para a sociedade. Eles argumentam que a escolha de permanecer não vacinado agrava a disseminação do vírus mortal. Mas de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Lancet, isso não parece ser verdade.
Vaccinated people are just as likely as unvaccinated people to spread the delta variant to contacts in their household, a yearlong study found https://t.co/2Px9LM5WcB
— Bloomberg (@business) 28 de outubro de 2021
“Pessoas vacinadas contra a Covid-19 têm a mesma probabilidade de espalhar a variante delta do vírus para contatos em sua casa que aqueles que não tomaram vacinas, de acordo com uma nova pesquisa”, reporta a Bloomberg. “Em um estudo de um ano com 621 pessoas no Reino Unido com Covid-19 leve, os cientistas descobriram que seu pico de carga viral era semelhante, independentemente do estado de vacinação, de acordo com um artigo publicado […] na revista médica The Lancet Infectious Diseases.”
“A análise também encontrou que 25% dos contatos domiciliares vacinados ainda contraíram a doença de um caso índice, enquanto 38% daqueles que não haviam recebido vacinas foram infectados”, continua a reportagem. “Os resultados vão de alguma forma no sentido de explicar por que a variante delta é tão infecciosa, mesmo em países com programas de vacinação bem-sucedidos, e por que os não vacinados não podem presumir que estão protegidos porque outros tomaram doses”.
O estudo enfatiza que a vacinação tem um claro benefício à saúde pessoal, reduzindo drasticamente a chance da forma grave da doença ou morte após infecção por Covid-19.
“Aqueles que foram inoculados eliminaram o vírus mais rapidamente e tiveram casos mais leves, enquanto os membros da família que não foram vacinados eram mais propensos a sofrer de doenças graves e hospitalização”, resume a Bloomberg. No entanto, a proteção não se estendeu à eliminação da transmissão.
“Nossos resultados mostram que a vacinação por si só não é suficiente para impedir as pessoas de estarem infectadas com a variante delta e espalhá-la em ambientes domésticos”, disse Ajit Lalvani, co-autor do estudo.
Devemos ser claros sobre a incerteza nessa conversa. Não sabemos realmente o quanto, se é que, as vacinas reduzem a transmissão da doença; diferentes pesquisas encontraram diferentes resultados para diferentes variantes e diferentes vacinas. No entanto, essa incerteza em si torna muito do alegado benefício interpessoal dos mandatos de vacinas puramente especulativo.
As vacinas de fato parecem reduzir bastante a chance de hospitalização ou morte por Covid-19. É por isso que escolhi tomar a vacina da Covid e incentivei várias pessoas que conheço que correm risco de contrair Covid a fazer o mesmo. Mas permanece o fato de que o principal benefício da vacinação contra Covid é pessoal, não social.
É por isso que o Dr. Jay Bhattacharya, epidemiologista de Stanford, chama o desenvolvimento dessas vacinas de “uma conquista maravilhosa” que “protegeu tantas pessoas dos efeitos graves da doença”, mas, em última análise, conclui que a vacinação é uma questão de saúde pessoal, não de saúde pública.
Bhattacharya e especialistas como ele estão certos. Conforme evidenciado por “surtos de casos” e pesquisas como esse novo estudo, as vacinas da Covid claramente não previnem a transmissão do vírus. Os principais benefícios são para os próprios indivíduos que as tomam. Os proponentes de mandatos governamentais não têm argumentos convincentes para anular a decisão individual em questões fundamentais de autonomia corporal.
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Autor: Brad Polumbo
Brad Polumbo (@Brad_Polumbo) é um jornalista libertário-conservador e correspondente político na Foundation for Economic Education (FEE, “Fundação para Educação Econômica”).
Tradutor: Daniel Peterson
Esse texto é uma tradução da matéria originalmente escrita por Brad Polumbo em 1 de novembro de 2021 para a FEE.
O texto original, em inglês, publicado sob a licença CC BY 4.0, pode ser conferido em: