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Novo estudo mina o argumento a favor de obrigar a vacinação

Crédito da imagem: iStockphoto.com, lakshmiprasad S

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O estudo enfatiza que a vacinação tem um claro benefício à saúde pessoal, reduzindo drasticamente a chance da forma grave da doença ou morte após infecção por Covid-19.

Com o mandato federal de vacinas do presidente Biden e os mandatos de emprego dos governos locais se aproximando, o futuro de incontáveis ​​trabalhadores está em jogo. No entanto, novas pesquisas enfraquecem a justificativa posta para esses mandatos.

Políticos a favor de um grande governo afirmam que obrigar a vacinação é necessário porque indivíduos não vacinados são um perigo não apenas para eles mesmos, mas para a sociedade. Eles argumentam que a escolha de permanecer não vacinado agrava a disseminação do vírus mortal. Mas de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Lancet, isso não parece ser verdade.

“Pessoas vacinadas contra a Covid-19 têm a mesma probabilidade de espalhar a variante delta do vírus para contatos em sua casa que aqueles que não tomaram vacinas, de acordo com uma nova pesquisa”, reporta a Bloomberg. “Em um estudo de um ano com 621 pessoas no Reino Unido com Covid-19 leve, os cientistas descobriram que seu pico de carga viral era semelhante, independentemente do estado de vacinação, de acordo com um artigo publicado […] na revista médica The Lancet Infectious Diseases.”

“A análise também encontrou que 25% dos contatos domiciliares vacinados ainda contraíram a doença de um caso índice, enquanto 38% daqueles que não haviam recebido vacinas foram infectados”, continua a reportagem. “Os resultados vão de alguma forma no sentido de explicar por que a variante delta é tão infecciosa, mesmo em países com programas de vacinação bem-sucedidos, e por que os não vacinados não podem presumir que estão protegidos porque outros tomaram doses”. 

O estudo enfatiza que a vacinação tem um claro benefício à saúde pessoal, reduzindo drasticamente a chance da forma grave da doença ou morte após infecção por Covid-19.

“Aqueles que foram inoculados eliminaram o vírus mais rapidamente e tiveram casos mais leves, enquanto os membros da família que não foram vacinados eram mais propensos a sofrer de doenças graves e hospitalização”, resume a Bloomberg. No entanto, a proteção não se estendeu à eliminação da transmissão.

“Nossos resultados mostram que a vacinação por si só não é suficiente para impedir as pessoas de estarem infectadas com a variante delta e espalhá-la em ambientes domésticos”, disse Ajit Lalvani, co-autor do estudo.

Devemos ser claros sobre a incerteza nessa conversa. Não sabemos realmente o quanto, se é que, as vacinas reduzem a transmissão da doença; diferentes pesquisas encontraram diferentes resultados para diferentes variantes e diferentes vacinas. No entanto, essa incerteza em si torna muito do alegado benefício interpessoal dos mandatos de vacinas puramente especulativo.

As vacinas de fato parecem reduzir bastante a chance de hospitalização ou morte por Covid-19. É por isso que escolhi tomar a vacina da Covid e incentivei várias pessoas que conheço que correm risco de contrair Covid a fazer o mesmo. Mas permanece o fato de que o principal benefício da vacinação contra Covid é pessoal, não social.  

É por isso que o Dr. Jay Bhattacharya, epidemiologista de Stanford, chama o desenvolvimento dessas vacinas de “uma conquista maravilhosa” que “protegeu tantas pessoas dos efeitos graves da doença”, mas, em última análise, conclui que a vacinação é uma questão de saúde pessoal, não de saúde pública.

Bhattacharya e especialistas como ele estão certos. Conforme evidenciado por “surtos de casos” e pesquisas como esse novo estudo, as vacinas da Covid claramente não previnem a transmissão do vírus. Os principais benefícios são para os próprios indivíduos que as tomam. Os proponentes de mandatos governamentais não têm argumentos convincentes para anular a decisão individual em questões fundamentais de autonomia corporal.

Autor: Brad Polumbo

Brad Polumbo (@Brad_Polumbo) é um jornalista libertário-conservador e correspondente político na Foundation for Economic Education (FEE, “Fundação para Educação Econômica”).

Tradutor: Daniel Peterson

Esse texto é uma tradução da matéria originalmente escrita por Brad Polumbo em 1 de novembro de 2021 para a FEE.

O texto original, em inglês, publicado sob a licença CC BY 4.0, pode ser conferido em:

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