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Epidemiologista de Harvard sobre passaportes de vacinação: anticientíficos, discriminatórios e antiéticos

Dr. Martin Kulldorff. Foto de Thérèse Soukar, [CC BY-SA 4.0](https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR), via [Wikimedia Commons](https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Martin_Kulldorff.jpg)

Dr. Martin Kulldorff. Foto de Thérèse Soukar, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Uma nova pesquisa descobriu que a imunidade natural oferece mais proteção do que as vacinas contra a Covid-19.

Um estudo médico publicado recentemente descobriu que a infecção por Covid-19 confere proteção consideravelmente mais duradoura e mais forte contra a variante Delta do vírus do que as vacinas.

A revista Science reportou na quinta-feira:

A proteção imunológica natural que se desenvolve após uma infecção por SARS-CoV-2 oferece consideravelmente mais proteção contra a variante Delta do coronavírus pandêmico do que duas doses da vacina Pfizer-BioNTech, de acordo com um grande estudo israelense que alguns cientistas gostariam que viesse com um aviso de “Não tente isso em casa”. Os dados recém-divulgados mostram que as pessoas que já tiveram uma infecção por SARS-CoV-2 estavam muito menos propensas do que as vacinadas a contrair a variante Delta, desenvolver sintomas ou ser hospitalizadas com Covid-19 grave.

Dito de outra forma, os indivíduos vacinados tinham 27 vezes mais chances de ter uma infecção sintomática por Covid do que aqueles com imunidade natural desenvolvida aṕos infecção prévia pela Covid.

Um golpe mortal para os passaportes de vacinas?

As descobertas vieram no momento em que muitos governos em todo o mundo estão exigindo que os cidadãos adquiram “passaportes de vacinação” para viajar. A cidade de Nova York, a França e as províncias canadenses de Quebec e British Columbia estão entre as que adotaram recentemente os passaportes de vacinação.

Enquanto isso, a Austrália lançou a ideia de tornar taxas de vacinação mais altas uma condição para suspender seu lockdown em jurisdições, enquanto o presidente norte-americano Joe Biden está considerando tornar ilegais viagens interestaduais para pessoas que não estiverem vacinadas contra a Covid-19.

Passaportes de vacinação são moralmente duvidosos por muitos motivos, e um deles é que a liberdade de movimento é um direito humano básico. No entanto, os passaportes de vacinação tornam-se ainda mais sem sentido à luz das novas descobertas de Israel e das revelações do CDC, alguns dizem.

O Dr. Martin Kulldorff, professor da Escola de Medicina de Harvard e bioestatístico e epidemiologista do Brigham and Women’s Hospital, disse que pesquisas mostrando que a imunidade natural oferece mais proteção do que as vacinas significa que os passaportes de vacinação são não apenas anticientíficos, mas também discriminatórios, uma vez que afetam desproporcionalmente os indivíduos da classe trabalhadora.

O estudo de Israel também não é o único. Reportagens da mídia mostram que nada menos que 15 estudos acadêmicos concluíram que a imunidade natural oferece imensa proteção contra a Covid-19.

Além disso, pesquisas mostram que os indivíduos vacinados ainda podem ser infectados com a Covid-19 e carregar a mesma quantidade do vírus em sua garganta e vias aéreas que indivíduos não vacinados carregam.

“Altas cargas virais sugerem um risco aumentado de transmissão e aumentam a preocupação de que, ao contrário de outras variantes, as pessoas vacinadas infectadas com a Delta podem transmitir o vírus”, observou Rochelle Walensky, diretora do CDC, após um surto em Cape Cod que incluiu principalmente indivíduos vacinados.

Esses dados sugerem que indivíduos vacinados ainda estão espalhando o vírus da mesma forma que indivíduos não vacinados.

Resultado final

Passaportes de vacinação seriam imorais e um grande excesso do governo mesmo na ausência dessas descobertas. Simplesmente não há paralelo na História de governos tentando restringir o direito de ir e vir de pessoas saudáveis ​​por causa de um vírus respiratório dessa maneira.

E a justificativa para passaportes de vacinação torna-se não apenas errada, mas absurda à luz dessas novas revelações.

Pessoas que já tiveram a Covid já têm proteção significativamente maior contra o vírus do que pessoas que foram vacinadas. Enquanto isso, as pessoas que não tiveram Covid e optam por não ser vacinadas podem estar tomando uma decisão imprudente (ou não). Mas, ainda que estejam, estão colocando em risco principalmente elas mesmas.

Autor: Jon Miltimore

Jonathan Miltimore é o editor-chefe da FEE.org. Seus escritos/reportagens tem sido tema de artigos na revista TIME, The Wall Street Journal, CNN, Forbes, Fox News e Star Tribune.

Ele assina textos nos seguintes meios de comunicação: Newsweek, The Washington Times, MSN.com, The Washington Examiner, The Daily Caller, The Federalist, Epoch Times.

Tradutor: Cabeça Livre

Esse texto é uma tradução da matéria originalmente escrita por Jon Miltimore em 30 de agosto de 2021 para a FEE.

O texto original, em inglês, publicado sob a licença CC BY 4.0, pode ser conferido em:

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