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Casos de Covid-19 e porcentagem da população vacinada: não há relação, conclui estudo de Harvard

Crédito da imagem: TheDigitalArtist / [Pixabay](https://pixabay.com/images/id-4833616/)

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A propaganda dos governos e da grande mídia é que as vacinas são a única saída para a pandemia de Covid-19. Por exemplo, argumenta-se que, nos Estados Unidos, os estados com mais internações são também os estados com menores taxas de vacinação. Narrativa semelhante também foi observada em outros países, como Alemanha e Reino Unido. Ao mesmo tempo, Israel, que foi saudado por suas taxas altas e rápidas de vacinação, também viu um ressurgimento recorde dos casos de Covid-19.

Diante disso, um estudo coordenado pelo professor S. V. Subramanian, da Universidade de Harvard, e publicado na quinta-feira 30 de setembro no European Journal of Epidemiology, uma revista científica com revisão por pares, investigou a relação entre a porcentagem da população completamente vacinada e novos casos de Covid-19 em 68 países e mais 2.947 condados dos Estados Unidos.

Os autores do estudo usaram dados obtidos do Our World in Data, para analisar os países, e obtidos da Casa Branca, para os condados.

A análise dos números dos países não encontrou relação entre a porcentagem da população completamente vacinada e novos casos de Covid-19 nos últimos 7 dias analisados:

Relação entre casos por 1 milhão de pessoas (nos últimos 7 dias) e porcentagem da população completamente vacinada, em 68 países, em 3 de setembro de 2021.

Relação entre casos por 1 milhão de pessoas (nos últimos 7 dias) e porcentagem da população completamente vacinada, em 68 países, em 3 de setembro de 2021.

Na verdade, a linha de tendência sugere uma associação marginalmente positiva, de modo que os países com maior porcentagem da população completamente vacinada têm mais casos de Covid-19 por 1 milhão de pessoas.

Notavelmente, Israel, com mais de 60% de sua população completamente vacinada, teve o maior número de casos de Covid-19 por 1 milhão de pessoas nos últimos 7 dias.

Outro exemplo da falta de relação entre a porcentagem da população completamente vacinada e novos casos de Covid-19 pode ser visto nessa comparação: Islândia e Portugal, ambos países com mais de 75% da sua população completamente vacinada, têm mais casos de Covid-19 por 1 milhão de pessoas do que países como Vietnã e África do Sul, que têm cerca de 10% da sua população completamente vacinada.

A análise dos números dos condados dos Estados Unidos também não encontrou sinalização significativa de casos de Covid-19 diminuindo com porcentagens mais altas da população completamente vacinada:

Porcentagem de condados que tiveram um aumento de casos entre dois períodos consecutivos de 7 dias versus porcentagem da população completamente vacinada, em 2.947 condados, em 2 de setembro de 2021.

Porcentagem de condados que tiveram um aumento de casos entre dois períodos consecutivos de 7 dias versus porcentagem da população completamente vacinada, em 2.947 condados, em 2 de setembro de 2021.

Uma vez que se acredita que uma pessoa vacinada leva cerca de 2 semanas para desenvolver a imunidade completa após a segunda dose, os pesquisadores também conduziram análises de sensibilidade usando uma defasagem de 1 mês, mas obtiveram resultados semelhantes.

Diante de suas descobertas, os autores sugeriram reexaminar o uso exclusivo da vacinação como estratégia primária para mitigar a Covid-19, especialmente considerando a variante Delta e a probabilidade de variantes futuras, assim como também as evidências científicas emergentes sobre a eficácia das vacinas no mundo real.

O estudo cita o exemplo da vacina da Pfizer-BioNTech: um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde em Israel reportou a eficácia de 2 doses da vacina como sendo de 39%, substancialmente menor do que a eficácia de 96% reportada pelo ensaio clínico da fabricante.

Também estão surgindo evidências de que a imunidade obtida com a vacina da Pfizer pode não ser tão forte quanto a imunidade adquirida naturalmente após recuperação da Covid-19.

Também há relatos de declínio substancial na imunidade após 6 meses da aplicação de vacinas baseadas em mRNA em profissionais de saúde.

E embora a vacinação ofereça proteção aos vacinados contra hospitalização grave e morte, o CDC reportou um aumento na porcentagem de vacinados dentre as pessoas hospitalizadas por Covid de 0,01% em janeiro a 9% em maio de 2021. Também houve um aumento na porcentagem de vacinados dentre as pessoas que morreram com Covid nos hospitais de 0 a 15,1% nesse mesmo período.

Os autores concluem:

Em resumo, mesmo que esforços devam ser feitos para encorajar as populações a se vacinarem, isso deve ser feito com humildade e respeito. Estigmatizar populações pode fazer mais mal do que bem. É importante ressaltar que outros esforços de prevenção não-farmacológica (por exemplo, a importância da higiene básica de saúde pública no que diz respeito a manter uma distância segura ou lavar as mãos, promover formas mais frequentes e mais baratas de teste) precisam ser renovados a fim de encontrar o equilíbrio de aprender a viver com a Covid-19 da mesma maneira que continuamos a viver 100 anos depois com várias alterações sazonais do vírus Influenza de 1918.

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Autor: Daniel Peterson

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